De quanto vale a IDENTIDADE


Aprendi, desde piá
Sozinho, de olhar a lida
Vendo meu pai trabalhar
Trançando tentos pra ganhar a vida

Cada peça trabalhada
Tem um pedaço da alma
Do guasqueiro que entende
Perfeito é filho da calma

Quanto valem essas tranças?
Arte guasca feita tesouro
Pra mim são porta-lembranças
Duradouras feito couro.

Entre os valores que guardo
Respeito o que veio primeiro
E só é do meu agrado
O que chamo de verdadeiro.

Hoje assovio a mesma canção
Do jeito que o velho fazia
Mudando os tentos de mão
Com o capricho que ele tinha

Que o tempo não transforme
Meus conceitos de verdade
Não plastifiquem a arte
Não é produto, é identidade.

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Ao amigo Alexandre Rosa, com respeito e admiração.

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