...Ao meu avô materno, Matias Osório Rios...
Costumava, já velho, sentar-se em frente à minha casa, no Irapuá - interior de Caçapava do Sul, e contar histórias da guerra, permeadas de cavalos e soldados. Sempre sonhei com as panelas de ouro que os padres, segundo ele, enterraram nas taperas encantadas que eram lindeiras ao nosso campo...
Magias de meu avô... que falava sozinho às vezes, porque poucos compreendiam que era por falta de atenção na realidade que fantasiava uma vida mais heróica......meu velho, tu fostes grande!
À Don Matias
Don Matias, homem velho
Olhos ternos, mas perdidos
Que bebiam horizontes
Sem nunca temer perigos
Foram poucos seus amigos
Que ao fim lhe acompanharam
Este homem dos antigos
De tempos que se findaram
Morreu em qualquer outono
Sem glórias que esperou
Nem destino foi seu dono
Por inteiro não o levou
Ficou um cavalo mouro
E as histórias que contou
De soldados, de tesouros
E de coisas que inventou
Também todos os relatos
Que nas tardes relembrou
Homem que sabia os fatos
Que a história não guardou
Em tudo que hoje faço
Te recordo, meu avô
Despediu-se num abraço
Por herança o que ensinou
Meu velho, tu fostes grande
Vivendo à tua maneira
Por onde quer que eu ande
Te dedico a vida inteira.
Só a saudade desde piá
Sempre volta, todo dia
Sei que tu só voltarás
Em lembrança e nostalgia.
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