Ensina-me, Poeta...

..Este estava perdido... encontrei nos meus arquivos... Escrevi em 2006... ou 7.... nem lembro!




Meu coração nessa caixa de concreto
Sente falta de beber do Irapuá
De descansar na sombra do cinamomo
De reviver um dia que não vai voltar
Como tu podes, poeta, poeta querido
Fazer-se livre, bater asas desse jeito
Se também vives no mesmo meu mundo
Me ensina a arte de criar flores do cimento
Fazer poesias da dor, fazer do fútil profundo
Me ensina, meu poeta, enquanto há tempo
Porque estou a me sentir sem raízes
Canto teus versos para as paredes
Que eles me trazem um cheiro de campo
Um gosto de pitanga,de infância e cambuí
Que teus versos trazem minha terra pra mim
Flores, árvores, uma boiada inteira
Ao branco das paredes põe fim
Viajo, tendo a lembrança por companhia
Enquanto tu existires no Rio Grande, poeta
Será suportável viver na cidade
Porque tu és a voz da minha alma quieta
Para meu pranto é a consolação
Que me faz sorrir, sozinha em meu quarto
Como se em vez de ruídos urbanos e solidão
Estivesse cercada de céu, de amor e de mato...

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