Aos poetas e aos loucos...

Quem sabe das angústias desse mundo
Quem sabe ao certo o que é tudo perder
E conhece a vida sem nenhum pano de fundo
Que não o céu, caminhos por percorrer?






Um homem sabe, solitário na calçada
Sem pedir nada, só pensando seu viver
Sonhando que no fim da caminhada
Possa ao menos a si mesmo compreender...






E no silêncio onde encontra sua razão
Não ouve a maldade dos insultos
Loucos são os que gritam por ser surdos
Não do corpo, mas do próprio coração...






Ninguém sabe deste homem o que viveu
Nem dos motivos por que um dia ele parou
Quando largou das cordas do violão
E suas canções nem sequer assoviou...






Um único verso ele ainda quis compor
Últimas horas, em um tom triste de prece
Se morrem os sonhos, perdido é o amor
E sem amor, sem poemas se padece...






E a rudeza da lida cansou sua mão
Na tristeza da vida calou sua voz
um anjo que passa termina a oração:
Mãe dos poetas, por favor olha por nós.

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